American beauties

Está tudo preparado para o primeiro frente-a-frente das presidenciais norte-americanas. Um memorandum de 32 páginas foi arduamente negociado entre as duas partes, de forma a resolver as questões cruciais para a realização dos debates previstos.
Os democratas podem já cantar vitória no polémico dossier "degraus": os candidatos estão proibidos de usar dos ditos para se alcandorarem no pódio, o que dá significativa vantagem aos argumentos de John Kerry, algumas polegadas mais alto.
Em contrapartida, os republicanos ganham no candente assunto "suores": os assessores de Kerry foram vencidos no seu propósito de fazer baixar a temperatura do estúdio a um nível frígido. Sendo um dado adquirido que Kerry sua muito mais do que Bush, este está de parabéns.
A proibição de um candidato colocar questões directas ao outro, apenas se admitindo perguntas retóricas, também parece beneficiar George W. Bush, que não reconheceria uma resposta directa se esta, um dia, lhe saísse do bestunto.
Já o facto dos candidatos não poderem ser filmados de costas nada adianta a Kerry, que é um pedaço anjinho e, portanto, não as tem.
Parece-me importante que, após profundas cedências de parte a parte, se tenha chegado ao consenso espelhado na alínea d) do parágrafo 5º do memorandum: os candidatos estão autorizados a tomar notas em papel do tipo, cor e tamanho que prefiram e a usar a caneta ou lápis da sua escolha. Bush já declarou que utilizará esta prerrogativa e tomará notas em folhas de cartolina tamanho A2, de cor azul-bebé, com lápis de cera.
E ouso afirmar, sem pejo de contradita, que se for cumprido o disposto no número XIII da alínea a) do parágrafo 9, (curiosamente intitulado"Encenação"), que permite aos candidatos usar os seus respectivos maquilhadores pessoais, estes debates vão ser essenciais para o harmonioso funcionamento da democracia americana.
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